Lamento Postado por Fernando Duarte , at 14:28, in

Entendo que o tempo tenha passado, entendo também que não somos mais os mesmos. Como tudo na vida, um dia passa, o relógio nos avisa que já é tarde, talvez tarde demais para recomeçar. Já parou pra pensar no que está faltando? Como se fosse fácil idealizar o que não conhecemos, mas de uma coisa eu sei bem! O que passou ficou pra traz. Sonhos? Sonharei de novo. Planos? Construirei novos. A final, decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho. Saberei caminhar em direção ao sol mesmo que leve mais tempo do que deveria, acho que tenho paciência, vou saber esperar. Não tenho tempo para histórias mal contadas, conversas que deveriam acontecer e não aconteceram, acho que pra isso realmente me falta paciência. Algo mudou dentro de mim, me sinto mais forte, capaz. Mil palavras tuas me fizeram triste, um ato de sinceridade seria suficiente para cobrir todas as palavras que ficaram no ar vagando como navio a deriva que não acha um porto. Pergunto-te, mil desculpas minha agora resolveria a minha ausência? Então não tente entender como funciona um coração que pulsa ou que pulsou como os ponteiros de um relógio perdido no tempo e no espaço, a cada segundo uma espera implacável que me fizeram mais firme em relação a você. Já se sentiu triste a ponto de querer fugir de você mesmo? Melhor, sabes o que é tristeza? "Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração". Queres saber como estou? Estou como uma música que ainda não foi feita, como um relâmpago que não caiu, como terra seca esperando por chuva, como um silêncio que de tanto silêncio ser acaba como um grito de dentro pra fora destruindo tudo em seu caminho, uma explosão que o tempo jamais poderá apagar. Lamento, mas teus olhos me viram triste olhando para infinito pela última vez.

Ainda Postado por Fernando Duarte , at 17:37, in

 

Ainda posso ver lá no fim, um horizonte simétrico e perfeito.
Ainda posso sentir o cheiro da terra molhada, que me faz esquecer a tudo.
Ainda posso correr até me cansar, para assim dar mais valor o ar.
Ainda posso me permitir errar, para descobrir um jeito melhor de acertar.
Ainda posso fingir que não estou sentindo nada, quando na verdade o nada sou eu.
Ainda posso escrever umas mal traçadas linhas em busca de uma ideia que me faça existir.
Ainda posso calado sofrer, a desilusão de não acreditar em promessas vans.
Ainda posso me dedicar a mim mesmo, como faz um bebê dentro da bolsa antes de romper.
Ainda posso gritar a ponto de criar uma atmosfera de horror, para esquecer minha dor.
Ainda posso fazer uma besteira que de tanto besteira ser, nem vão querer saber.
Ainda posso viver como um poeta esquecido pelo tempo, para esse tempo não me vencer.
Ainda posso olhar dentro dos teus olhos e dizer: o céu que tu dizes querer...
Lindo
Vasto
Azul
Formoso
De se
Ver.
Sabes
Esse
Sonho
Teu
Difícil
De viver
Ainda terás que aprender a voar, antes de querer.